O Paris Saint-Germain pode ser considerado como o clube da moda atualmente. É a equipe que traz o maior domínio atual da Ligue 1, a primeira divisão do futebol francês, e faz investimento milionários para contar em seu elenco com nomes como Neymar, Messi e Mbappé.
Mas o que os jovens fãs do futebol não sabem é que a história nem sempre foi assim. O PSG é um clube relativamente jovem, tendo sido criado com a fusão de outras duas equipes discretas na década de 70.
A história do time acabou mudando apenas no ano de 2011, quando foi adquirido por um fundo de investimentos do Qatar. Essa aquisição foi o estopim de investimentos milionários que transformaram a equipe parisiense no destino de alguns dos maiores craques da atualidade.
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Como nasceu o Paris Saint-Germain?
O ano era 1970 e a cidade de Paris ainda não tinha nenhuma grande equipe em destaque na primeira divisão do futebol francês. Tentando mudar essa história, um ano antes, em 1969, foi criado o Paris Football Club, também chamado de Paris FC.
No ano seguinte, outro clube da capital, o Saint-Germain-en-Laye, subiu para a II Liga Francesa, a segunda divisão do futebol francês que atualmente seria o equivalente a Ligue 2.
Tentando acelerar o crescimento do futebol na capital, os dois clubes anunciaram uma fusão em 1970, e da junção do Paris Football Club com o Saint-Germain en Laye nasceu, em 12 de agosto de 1970, o Paris Saint-Germain.
Logo em sua temporada de estreia a fusão se mostrou acertada, o time conquistou o título da II Liga e foram promovidos para a primeira divisão.
Nos anos seguintes, algumas brigas internas entre amadores e profissionais causaram a queda do time, com o Paris FC novamente se separando e mantendo um clube próprio. Hoje, a equipe disputa a Ligue 2 e tem investimentos do governo do Bahrein.
Já o PSG se profissionalizou em 1973 e já na temporada 1973-74 conseguiu retornar para a primeira divisão.
Conquistando o primeiro título
O Paris Saint-Germain conseguiu se firmar na primeira divisão do futebol francês em 1973 e, embora hoje, para quem gosta de apostar em futebol, o time seja sempre um dos favoritos para o título da Ligue 1, a verdade é que a história nem sempre foi assim.
O primeiro título da história do PSG aconteceu apenas na temporada 1981-82 do futebol francês, conquistando o título da Copa da França contra um dos seus maiores rivais, o Saint-Étienne, que foi derrotado na final.
O time parece ter realmente descoberto o caminho das pedras, já que na temporada seguinte conseguiu novamente conquistar o título da Copa da França, dessa vez derrotando o Nantes na final.
O primeiro título do Campeonato Francês, a Ligue 1, veio logo depois, na temporada 1985-86. O time na época era treinado pelo lendário Gérard Houllier, que anos mais tarde viria a se tornar uma lenda também como treinador do Liverpool.
A chegada de Raí e uma mudança de patamar
Os anos 80 foram de crescimento para o jovem PSG, crescimento esse que se consolidou na década de 90. O Paris Saint-Germain conquistou um total de 9 títulos durante a década, incluindo a Copa da França, a Copa da Liga Francesa, o Campeonato Francês e a Supercopa.
O crescimento do time nesta década teve algumas razões, como o início do patrocínio do canal de televisão Canal+ e a administração acertada de Michel Denisot.
Outro motivo que justifica esse crescimento é a chegada de jogadores brasileiros, como Ricardo Gomes, Valdo e, principalmente, Raí. Com o trio e nomes importantes como George Weah e o francês David Ginola, o time chegou até a semifinal da UEFA Champions League.
A chegada de Raí constantemente é apontada como um ponto de virada da história do clube. Tanto que em uma eleição feita em 2020 para promover os 50 anos do PSG, Raí foi eleito como o maior ídolo da história do clube.
Raí jogou pelo PSG entre 1993 e 1998, ano em que deixou Paris e voltou ao São Paulo para encerrar a sua carreira como jogador profissional.
Mais brasileiros que fizeram história no PSG
Outro brasileiro bastante famoso na história do PSG foi o lateral esquerdo Leonardo, que jogou na equipe parisiense entre os anos de 1996 e 1997. Após encerrar a sua carreira como jogador, Leonardo voltou ao time em mais duas oportunidades como diretor.
A história dos brasileiros no Paris Saint-Germain é bastante antiga. Já no segundo ano de vida do time, o tricampeão do mundo com a Seleção Brasileira, Joel, assinou contrato e jogou pelo time na temporada 1971-72.
Entre Joel, o primeiro contratado, e Rafinha, o último brasileiro a ser contratado e jogar pelo PSG, um total de 34 brasileiros já vestiu a camisa do time parisiense.
Na primeira década dos anos 2000, o maior destaque brasileiro com a camisa do PSG foi Ronaldinho Gaúcho, que deixou o Grêmio em 2001 e fez no Paris a sua estreia no futebol europeu antes de ir para o Barcelona.
Antes da compra do PSG pelo Qatar Sports Investment, o grande ídolo da equipe era o brasileiro Nenê, que atualmente defende o Vasco no futebol brasileiro.
Além deles, outros nomes importantes chegaram a vestir a camisa do time, como Abel Braga, Geraldão, Aloísio Chulapa, David Luiz, Maxwell, Vampeta, Souza, Reinaldo e Christian.
A compra pelo Qatar e os investimentos milionários
Depois do final do contrato de patrocínio com o Canal+ e, principalmente, da saída de Michel Denisot da administração do clube, o PSG passou por tempos ruins. Jogadores importantes foram vendidos e as peças de reposição não renderam o esperado.
Sendo assim, na segunda metade da década de 2000, o time acabou entrando em um período onde apenas fazia campanhas de meio de tabela na Ligue 1, também sem nenhum tipo de competitividade em nível continental.
A história começou a mudar apenas em 2011, quando o clube foi comprado pelo fundo de investimento do Qatar QSI, o Qatar Sports Investment. O QSI é um órgão governamental do país, que visa fortalecer e diversificar a economia catari.
Com a aquisição do clube pelo fundo de investimentos, o CEO do QSI, Nasser Al-Khelaifi, passou a ser também o presidente do PSG e a equipe passou a fazer grandes investimentos e contratações.
Em um período onde as equipes do futebol europeu sofriam com a crise econômica do continente, o PSG foi capaz de fazer grandes investimentos e de trazer nomes como Thiago Silva, Zlatan Ibrahimovic, Lucas Moura e até David Beckham.
As chegadas de Neymar e Mbappé e o sonho da Champions League
Após a chegada de Nasser Al-Khelaifi à presidência do clube e com grandes investimentos, o Paris Saint-Germain passou a ser realmente dominante dentro da França, sendo quase sempre considerado como o grande favorito para conquistar o título da Ligue 1.
Porém, em nível continental o time continuou decepcionando e nunca chegou sequer perto de realizar o sonho de conquistar a UEFA Champions League.
Na temporada 2016-17, nem mesmo o título da Ligue 1 veio, com o surpreendente Monaco ficando com o troféu, sendo liderado por um jovem e promissor atacante, Kylian Mbappé.
Para reforçar a sua equipe, o PSG foi até o Monaco e contratou Mbappé, por um empréstimo de uma temporada com obrigação de compra pelo valor fixado de 180 milhões de euros.
E, como se esse valor já não fosse pulverizar o recorde anterior de maior transferência da história do futebol, o Paris Saint-Germain foi além e pagou a multa rescisória de Neymar com o Barcelona, no valor total de 222 milhões de euros.
A estadia de Neymar na capital francesa nunca foi harmoniosa e, desde a sua chegada, especulações sobre se Neymar seguirá no PSG tomam as capas de jornais e sites especializados a cada janela de transferências.
Mesmo assim, a dupla Neymar e Mbappé levou o PSG ao voo mais alto de sua história, chegando ao vice-campeonato da Liga dos Campeões na temporada 2019-20, ao perder para o Bayern de Munique na final.
A grande ironia dessa derrota fica no fato de que o gol do Bayern, na vitória por 1×0, foi marcado por Kingsley Coman, jogador francês, cria das categorias de base do PSG, que foi vendido por não ter espaço no time principal com a chegada dos astros.
Messi e um futuro promissor
Considerado um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, Lionel Messi parecia se encaminhar para ser o tipo de jogador que durante toda a sua carreira defende apenas uma camisa. No caso, a do Barcelona.
Porém, problemas financeiros causados por uma má administração e agravados pela pandemia impediram que o Barcelona renovasse o contrato com o argentino, deixando Messi livre no mercado.
Foi então que em 2021 Lionel Messi chegou à capital francesa para repetir a dupla que fez com Neymar nos tempos de Barcelona, onde juntos faziam parte do trio MSN com o uruguaio Luis Suárez completando a trinca.
Para completar o seu esquadrão, também a custo zero, o PSG contratou o lendário zagueiro do Real Madrid Sérgio Ramos, além de trazer o goleiro mais promissor do continente, o italiano Gianluigi Donnarumma.
O futuro do PSG parece promissor com as novas aquisições, e o sonho da conquista da primeira taça da UEFA Champions League segue vivo na capital francesa.
Conclusão
O Paris Saint-Germain é um clube jovem se for comparado com a grande maioria dos seus rivais continentais e caseiros. O time irá completar 53 anos de idade em 2023.
Desde 1978 disputa os seus jogos como mandante no Parc des Princes, estádio que constantemente vive lotado por sua apaixonada torcida.
O investimento do governo do Qatar na equipe torna o PSG um dos clubes mais ricos do mundo, sendo o constante destino dos principais craques do futebol mundial.
Dessa forma, parece ser apenas uma questão de tempo para que esse projeto dê frutos e coloque o futebol francês novamente como campeão da Liga dos Campeões da Europa.
Uma equipe nacional não vence a UEFA Champions League desde a polêmica conquista do Olympique de Marselha na temporada 1992-93. Até o momento, foi a única vez que um time francês venceu a competição.
