Molly Bloom, lenda do poker

Conheça agora a história daquela que foi considerada a dama do poker, ganhadora de milhões de dólares como organizadora de esquemas de jogatina com apostadores multimilionários, incluindo as grandes celebridades do cinema norte-americano.

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Molly Bloom foi da vida de luxo em meio aos maiores afortunados do globo terrestre, até uma realidade cuja reputação estava destruída e o que ela tinha era apenas uma dívida impagável — isso tudo em apenas uma década.

Quem é Molly Bloom?

Molly Bloom nasceu em 21 de abril de 1978 no Colorado, e foi criada por uma família rígida na disciplina. Molly era tão talentosa no esqui, que quase conseguiu uma vaga olímpica, e que só não se tornou realidade porque Molly precisou de uma cirurgia para escoliose. Após a cirurgia, Molly deixou de esquiar.

Um de seus irmãos se tornou cirurgião de sucesso, enquanto o outro foi para a liga profissional de futebol americano. Molly se formou em Ciência Política pela Universidade Estadual do Colorado e em 2003, após a formatura, se mudou para Los Angeles, onde começou a trabalhar como garçonete.

A ascensão de Molly Bloom no poker

Esta história poderia ser uma criação da cabeça dos melhores roteiristas do mundo — mas é a história real de Molly Bloom, na época, com apenas 25 anos. Após um ano trabalhando como garçonete, Molly foi convidada para ser assistente de Darin Feinstein, um dos donos da badaladíssima casa noturna Viper Room.

O local, que já era frequentado por celebridades da música, do cinema e do mundo da moda, passou a ser point de jogos de pôquer da alta elite. A função de Molly era servir comidas e bebidas aos jogadores, e outras tarefas a pedido de Feinstein, como contar quantias inimagináveis de dinheiro.

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“Era tudo inacreditável, surreal. Eu estava num canto da Viper Room contando cem mil dólares em dinheiro vivo!” — descreveu Molly em sua autobiografia intitulada “A grande jogada”, lançada em 2018 aqui no Brasil. Por convidar apenas astros e magnatas, a jogatina da Viper Room rapidamente se tornou um dos assuntos mais falados entre os poderosos de Los Angeles, e a astuta Molly passou a organizar dois eventos semanais para Darin Feinstein e seus amigos figurões.

Apenas com gorjetas, Molly chegou a faturar mais de 7 mil dólares em uma noite. Se nos jogos de cassino ao vivo já podemos sentir os bons ventos do glamour, imagine como era a atmosfera dos eventos organizados pela moça!

Os melhores vínculos de poker de Molly Bloom

No universo deslumbrante das partidas de poker de alto nível, Molly Bloom destacou-se não apenas como uma organizadora, mas também como uma ponte entre os grandes nomes do jogo e as celebridades de Hollywood. Suas mesas eram sinônimo de exclusividade, luxo e, claro, altas apostas. Em meio a essa atmosfera de glamour e tensão, alguns jogadores se destacaram, não apenas por suas habilidades no jogo, mas também pela relação estreita que estabeleceram com Molly. Vamos mergulhar nas histórias de alguns desses ícones e entender como eles se entrelaçaram com a trajetória da dama do poker.

Daniel Negreanu

Conhecido como “Kid Poker”, Daniel Negreanu é uma lenda no mundo do poker. Seu estilo de jogo meticuloso e sua habilidade para ler os adversários o tornaram uma presença constante nas mesas de Molly. Nas partidas organizadas por ela, Negreanu não só demonstrava sua maestria no jogo, mas também trazia um carisma que iluminava o ambiente. Era garantia de estratégia e emoção quando ele estava na mesa.

Tobey Maguire

O ator Tobey Maguire, mais reconhecido por seu papel como Homem-Aranha, mostrou ser um adversário a ser considerado nas mesas de poker. Com um estilo de jogo agressivo e uma calma impressionante, Maguire tornou-se um dos favoritos nas partidas de Molly. Em suas memórias, Molly destaca as noites intensas em que Maguire, com sua postura desafiadora, elevava o nível da competição.

Viktor “Isildur” Blom

Viktor “Isildur” Blom, o misterioso jogador sueco, é famoso por seus movimentos audaciosos e sua propensão ao risco. Nas exclusivas partidas de Molly, Isildur frequentemente surpreendia com suas táticas imprevisíveis, garantindo uma atmosfera carregada de expectativa e suspense. Molly costumava dizer que as noites com Isildur eram sinônimo de poker de alta qualidade.

Antonio Esfandiari

Antonio Esfandiari, apelidado de “O Mágico”, é conhecido por seus truques com fichas e sua personalidade envolvente. Seu estilo de jogo e sua habilidade de entreter rapidamente o tornaram um dos favoritos nas partidas organizadas por Molly Bloom. Antonio, com seu sorriso contagiante e jogadas astutas, frequentemente deixava os espectadores e outros jogadores em admiração.

Molly Bloom, a dona do jogo do poker

Até 2007, Molly recrutou centenas de novos jogadores e organizou muitos eventos. Cansada do assédio moral que sofria de Feinstein, que a demitia e a contratava quando queria — e ainda se recusava a fazer seu pagamento por conta das altas quantias em gorjeta que recebia — a garota não hesitou em se demitir levando a lista de contatos do chefe, e em começar a realizar os eventos por conta própria.

Em luxuosos quartos de hotel, Molly passou a organizar partidas que contavam com garçons e massagistas, e não demorou muito para que ficasse milionária. Em 2008, a crise financeira mundial gerou desassossego entre os jogadores e, pasme, o ator Tobey Maguire ajudou um outro apostador a começar a organizar os jogos, tirando as cartas da mão de Molly.

Mesmo que ela não tenha conseguido entrar para o Hall da Fama do Poker, Molly Bloom ainda é amplamente reconhecida por suas habilidades e contribuições ao mundo do poker. Sua trajetória e destreza no jogo a tornaram uma figura icônica, cujo legado transcende os títulos e reconhecimentos formais.

A decadência de Molly Bloom

Após a rasteira, Molly foi para Nova York tentar fazer a mesma coisa. Um especialista em jogos chamado Eddie Ting, que já organizava eventos de poker em NY, se aproximou de Molly apenas para roubar seus clientes.

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Mas o pior estava por vir. Um dos jogadores de Los Angeles havia sido indiciado por fraude e, em seu depoimento, ele acusou Molly de o atrair para o vício dos jogos.

Após investigação, Molly foi presa em 2013 sob acusação de um esquema que lavou 100 milhões de dólares. Em 2014 ela recebeu a sentença ficando um ano em liberdade condicional. Ela estava devendo para o governo e ainda precisou prestar 200 horas de serviços comunitários para a sociedade.

Os dias de brilho e reconhecimento haviam acabado, e a ela sobrou apenas os cacos da própria imagem e uma história tão incrível que nem o mais antigo dealer de cassino tem para contar.

Em 2018 o diretor e roteirista Aaron Sorkin estreou o filme de poker “A grande jogada”, adaptado do livro homônimo.

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